Amanda Pieranti
Apesar da retomada das atividades de bares e outros estabelecimentos do ramo alimentício, com o fim das medidas restritivas contra o coronavírus, os estabelecimentos não têm experimentado a melhora expressiva que esperavam. Segundo dados da Associação Nacional de Restaurantes (ANR), para 83% dos comércios, a inflação é o maior desafio atualmente. Um cenário capaz de destruir qualquer sonho, menos o de Henrique de Oliveira Teixeira. Há um ano, ele abriu um restaurante, após ser desligado da empresa onde trabalhou por uma década como chefe de cozinha.
A habilidade de preparar pratos saborosos Henrique já possuía. “Minha mãe é cozinheira há anos. Fui aprendendo e me desenvolvendo com ela. No meu último emprego, todos me elogiavam”, recorda-se ele, que começou a carreira como auxiliar de cozinha e investiu em cursos de capacitação na área.
A vontade de montar o próprio negócio aumentou em plena pandemia. “Eu queria ficar mais perto da minha família, pois, como eu trabalhava embarcado, passava muito tempo longe de casa. Se, antes da covid, eu trabalhava quase duas semanas direto, durante a quarentena, cheguei a ficar 40 dias seguidos fora. No decorrer da minha vida profissional, praticamente não vi minha filha crescer. Hoje, ela tem 14 anos, então pedi a Deus que me ajudasse a realizar esse sonho.”
Henrique buscou em Cristo a mudança para aquela situação. “Fiz jejum, campanha na Igreja da Graça e conversei com o Senhor. Eu perguntava: Até quando o Senhor me deixará aqui?”
Nada o desanimou
E o que parecia impossível aconteceu: “Depois de me perguntarem o que eu queria para continuar prestando serviço embarcado, e até sugerirem aumentar meu salário, consegui fazer um acordo, e eles me demitiram com todos os meus direitos.”
Com o valor da rescisão, Henrique abriu um restaurante de comida caseira, com sistema de delivery, em Itaperuna (RJ). “Orientado por Deus, investi tudo. Uma obreira da IIGD me ofereceu o ponto onde o comércio dela funcionava, e, quando vi o local, sabia que ali seria o meu estabelecimento. Aluguei o espaço e montei toda a estrutura.”
Dicas de quem sabe
Henrique não se importou com as pessoas que o desencorajaram. “Ouvia comentários do tipo: ‘Rapaz, você é doido! Vai montar um restaurante em plena pandemia!’. Mesmo escutando que eu quebraria e perderia todo o dinheiro, mantive a fé. Eu me desviava das setas do inimigo com muita oração. Em alguns dias, só servia três refeições, e falava: ‘Pai, o Senhor não me colocou aqui à toa’. E, no outro, atendia muitos clientes. Deus é tremendo.”
Henrique só tem motivos para comemorar sua obediência ao Altíssimo. “Se não for para seguir a direção do Senhor, nem adianta abrir um negócio. As orações devem persistir. Há muita concorrência, mas Cristo me surpreende diariamente. Em um ano, minha vida pessoal e a financeira melhoraram. Trabalho perto de casa e pago minhas contas e as da minha família.”