O JSF ouviu especialistas que orientarão você a estudar e ter êxito no Enem
Amanda Pieranti
Conseguir a aprovação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e garantir a sonhada vaga na universidade exige dedicação. A cada ano, o nível de dificuldade aumenta, e, em novembro, não será diferente. “O concurso não estará complexo, mas exaustivo. É uma prova longa e de resistência; uma maratona. Por isso, é importante estar bem preparado”, afirma Leandro Buffon, professor de História da Rede Daltro Educacional.
Com planejamento e foco, é possível sair vitorioso. “O plano de estudos é essencial, principalmente nos dias atuais, em que somos bombardeados por tantas informações. Uma planilha, ou um aplicativo, pode ajudar na organização do tempo e dos conteúdos. Nesta época do ano, é imprescindível fazer um levantamento dos tópicos recorrentes, investir em exercícios e separar um momento do dia sem distrações. Insira filmes e séries com viés histórico em sua programação”, orienta o professor Romulo Bolivar, também da Rede Daltro.
Leandro Buffon aponta algumas dicas de como fazer um roteiro de estudos: “Monte um cronograma de assuntos, separando dias e horários específicos para eles. Depois, faça 20 questões sobre cada um. Reserve quatro horas para as atividades. Escrever também ajuda a fixar as informações. Se quiser simular o exame, estabeleça um tempo para realizá-lo. E, durante os estudos, deixe o celular bem longe para não se distrair.”
Atenção às matérias
De acordo com Leandro, os temas que mais caem sobre História no Enem são: Brasil Colonial, Segundo Reinado, República Velha e Era Vargas. Em História Geral: Absolutismo, Iluminismo, Revolução Industrial, Guerras Mundiais e Guerra Fria.
O educador dá uma dica de ouro: neste ano, será comemorado o bicentenário da Independência do Brasil, o centenário do Movimento Tenentista e o da Semana de Arte Moderna. “Certamente, o Enem irá abordar esses temas em questões ou na redação. Ainda dá tempo de ver ou rever esses tópicos. O ideal é fazer uma linha do tempo, a fim de visualizar as rupturas e continuidades históricas”, sugere.
De olho na redação nota 1000
Segundo o professor Romulo, os principais debates presentes na avaliação são: Infância, Comportamento Social, Comunicação Social, Minorias e Meio Ambiente. “Os temas não podem ser muito polêmicos ou expor o governo. O Enem não repete questões, mas pode repetir o assunto. Por isso, algo já cobrado pode aparecer, de forma diferente, nesta edição”, esclarece ele, que é doutorando em Língua Portuguesa pela Universidade de São Paulo (USP) e apresentador da TV Escola.
Outra dica é refazer as edições anteriores, treinando o que já caiu. “Leia as redações nota 1000, publicadas na mídia, para ter uma noção da estrutura exigida. Apesar de a correção ter mudanças internas todos os anos, essas consultas podem trazer boas referências”, observa o educador.
Se for para apostar em um tema de redação para o Enem 2022, o palpite de Romulo é em temáticas relacionadas à população idosa, aos desastres ambientais e crimes de internet. “Também é bom ficar atento às leis criadas recentemente, pois elas refletem preocupações sociais que podem aparecer na avaliação.”
Ainda dá tempo de passar no exame?
Essa é uma pergunta recorrente diante da proximidade do concurso, e a resposta do professor é otimista: “Dá sim. Invista em profissionais, cursos ou instituições familiarizados com a linguagem do Enem, que ensinem no formato do exame. É um diferencial ter por perto quem conheça a cultura da prova, a forma de perguntar, o estilo da redação ou mesmo a pontuação utilizada – bem diferente de outros vestibulares”, afirma Romulo.
Ele alerta também sobre o que não fazer para jamais prejudicar os estudos e a aprovação. “A esta altura do ano, tentar aprender todo o conteúdo sem realizar um levantamento prévio do que mais é pedido pode ser uma ideia ruim. Teoricamente, o Enem cobraria toda a matéria do Ensino Médio, mas, na prática, existem os assuntos certos e aqueles que quase nunca são exigidos.”
As dificuldades de quem venceu
Ao realizar o Enem, Paulo Henrique Porto Serrano, estudante de Nutrição na Universidade Federal do Rio de Janeiro (Unirio), encontrou algumas dificuldades: a primeira foi estar afastado do conteúdo do Ensino Médio havia 18 anos. “Tive de me empenhar e me atualizar. Abri mão do lazer e do convívio com amigos e estudava oito horas por dia”, explica.
O segundo obstáculo foi a redação. “A estrutura do texto é diferente. É preciso começar usando conectivos e discorrer sobre o tema no parágrafo”, observa ele, que estudou as redações antigas para ter uma base, conforme Romulo recomenda.
Para Beatriz Silva Ferreira, que cursa Publicidade e Propaganda na Universidade Veiga de Almeida (UVA), o mais complicado foi conciliar o colégio com os estudos relativos ao Enem. “E tentar manter a calma e a ansiedade no dia da prova”, afirma a futura comunicadora.
O sucesso veio com muito esforço. “Fiz aulas oferecidas pela minha escola, mas também me dedicava a estudar sozinha e nos cursinhos. Abri mão do lazer, saía menos e focava no vestibular, principalmente nos últimos dois meses antes do exame.”