Amanda Pieranti
A campanha Novembro Azul destaca a importância de prevenir a doença, que matou 16.055 homens em 2021, o que corresponde a 44 mortes por dia
O câncer de próstata é o mais comum entre os homens (ficando atrás do de pele não melanoma) e o segundo que mais mata (atrás do de pulmão). Dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde revelam que, de 2019 a 2021, foram mais de 47 mil óbitos em razão desse tipo de tumor. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), são esperados 65.840 novos casos de câncer de próstata em 2022.
Quando diagnosticado ainda em fase inicial, as chances de cura chegam a 90%. No entanto, nesse estágio, a doença não apresenta sintomas. Quando aparecem, o tumor geralmente está em grau mais avançado, podendo o homem ter dificuldade para urinar, micções frequentes, disfunção erétil, presença de sangue na urina ou no sêmen, dores pélvicas ou ósseas.
Por isso, este mês é dedicado a relembrar aos homens sobre a importância do exame de rotina, por meio da campanha Novembro Azul. Para o diagnóstico precoce, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) recomenda que, mesmo sem apresentar sintomas, é necessário, a partir de 50 anos, procurar um urologista para avaliação individualizada. Os que integram o grupo de risco (quando houver histórico da doença na família) são orientados a começar seus exames mais cedo, a partir dos 40 anos.
“Essas orientações quanto à idade valem quando não houver sintomas. Se houver, a procura pelo especialista deve ser feita o mais breve possível”, ressalta a Dra. Karin Anzolch, diretora de Comunicação da SBU. De acordo com ela, vale lembrar que os sintomas não são exclusivos de câncer de próstata, nem mesmo de outras doenças desse órgão. “Mas sempre devem ser avaliados porque podem indicar problemas com potencial impacto na saúde do homem.”
Principais fatores de risco
– Idade (é um câncer raro antes dos 40 anos e a probabilidade de surgimento desse tumor aumenta com o envelhecimento);
– Histórico familiar de câncer de próstata em pai, irmão ou tio;
– Homens de raça negra;
– Obesidade.
Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, as opções de tratamento variam de acordo com o estágio da doença e com as condições clínicas e o desejo do paciente. Entre elas estão: cirurgia, radioterapia, vigilância ativa, hormonioterapia, quimioterapia e radiofármacos.
Vale lembrar que o bom funcionamento da próstata é favorecido quando há um estilo de vida saudável, incluindo exercícios físicos regulares, prevenção de infecções sexualmente transmissíveis, alimentação correta, controle do peso, além desses hábitos também é importante não fumar, evitar o consumo excessivo de álcool e fazer os exames periódicos indicados pelo médico.
“Homens que vão ao urologista desde cedo costumam ter o benefício adicional de detectar os riscos e as doenças bem antes de elas se manifestarem. Em uma avaliação inicial, por exemplo, já se consegue delinear o que poderá comprometer a saúde e, então, trabalhar por uma modificação desses fatores que, posteriormente, podem causar problemas. Esse é um dos ganhos mais diferenciadores entre os homens que se cuidam e os que não fazem isso”, enfatiza Karin Anzolch.
Nem precisou de quimioterapia
Em 2020, João Fernando dos Santos foi diagnosticado com câncer na próstata. Sem o costume de fazer checkup anualmente, ele só procurou ajuda médica quando se sentiu mal. “Estava com muita dor e ardência ao urinar. Então, procurei um médico.”
Baqueado com a notícia, João encontrou apoio na família. O filho dele, Luiz Fernando Rocha, membro da Igreja Internacional da Graça de Deus em Lindoia (Rua Doutor Romano, 108 – Pelotas/RS), começou a orar pelo pai. “Ele nos levou aos cultos”, lembra-se a esposa de João, Márcia Beatriz Marques.
Pelo estágio avançado da doença, João teve de ser submetido à cirurgia, pois o câncer tinha atingido os ossos. “O Pr. Márcio Cristiano Gass orou por mim e declarou, em Nome de Jesus, a minha cura. E eu reafirmava isso para o especialista. Segui fazendo o tratamento, mas sempre lutando com muita fé.”
João monitorava o tumor na próstata a cada três meses. “Se as taxas de PSA – marcador tumoral – não estivessem baixando, ele faria quimioterapia. Mas não foi preciso realizar esse tratamento. Sou muita grata a Deus pela vida do meu marido”, testemunha Márcia.