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Presenciando brigas frequentes em seu lar, Jeferson Rodrigues buscava na rua um pouco de paz, mas só encontrou drogas, revolta, violência e traumas
Claudia Santos
Criado em uma família conturbada, Jeferson Rodrigues da Silveira passava a maior parte do tempo fora de casa. E foi assim que o menino, de apenas 12 anos, teve seu primeiro contato com as drogas.
“Os meus pais discutiam demais. Eu e meus irmãos presenciávamos as agressões físicas entre os dois. Eu tentava separá-los quando se atracavam, mas acabava apanhando. Tudo era pior porque meu pai bebia.”
Nas ruas, Jeferson começou a fumar e consumir bebidas alcoólicas. “Com o passar do tempo, busquei drogas mais pesadas, como cocaína, maconha e as sintéticas”, detalha ele, que gastava seu salário de eletricista com a dependência.
Devido a essas escolhas, Jeferson sempre era demitido: “Eu faltava bastante, não tinha compromisso com o trabalho. Participava de noitadas bebendo e me drogando. No dia seguinte, não conseguia cumprir o horário. Então, era dispensado.”
Em uma das ocasiões em que ficou sem dinheiro, Jeferson decidiu roubar. “Quando fui detido, meu pai me buscou na delegacia. Fiquei envergonhado com aquela situação, pois ele estava separado da minha mãe, mas eu o respeitava. O mal se aproveitou dessa oportunidade e tomou a minha mente. Então, senti vontade de tirar a minha vida.”
Traumatizado, o rapaz se tornou depressivo. “Passei a consumir mais cocaína. Além de tudo, era mentiroso desde criança e queria enganar as pessoas”, revela.
À beira do abismo
No começo de 2022, Jeferson se viu “no fundo do poço”, pois foi agredido por jovens que diziam ser seus amigos. “Eles me bateram e me roubaram. Fiquei com o rosto ensanguentado e perdi os dentes. Nasceu em mim o sentimento de revolta, rancor e vingança.”
Nesse período, uma tia de Jeferson que frequentava a Igreja da Graça intensificou as orações pelo sobrinho: “Ela pregava a Palavra para mim, mas nunca dei importância”. Porém, ela não desistiu, inclusive quando ele foi internado em uma clínica de reabilitação.
A internação para o tratamento durou nove meses. “Até pensei em desistir por causa das crises de abstinência e ansiedade. Mas lá aprendi a ler a Bíblia e orar. Pedia a Deus que colocasse pessoas novas em meu caminho. A minha tia me visitava e insistia em falar do Senhor. Certo dia, ela me convidou para ir à Igreja, apesar de eu ainda estar internado. Durante o culto, a mensagem tocou meu coração. Quando tive alta, minha tia me inscreveu para participar do retiro de jovens da IIGD no Paraná.”
Uma nova vida
Na opinião de Jeferson, foram os quatro melhores dias de sua vida. “Ouvi a Palavra e abri meu coração para Jesus. Orei e falei que desejava conhecê-Lo. Já no primeiro dia, eu me rendi a Cristo e, no terceiro, fui batizado nas águas. A minha libertação começou na reabilitação, e Deus completou a obra no retiro. Quero perseverar nesse caminho. Já recusei drogas que me ofereceram e perdoei os jovens que me agrediram. Os sentimentos ruins desapareceram.”
Membro da IIGD em Cascavel (PR), Jeferson conseguiu um emprego. “Estava parado havia dez meses, mas o Senhor abriu uma porta de trabalho para mim. Estou pagando até meu tratamento odontológico. Sou muito feliz e grato a Deus, pois Ele transformou a minha história.”
Igreja da Graça em Cascavel – Rua Paraná, 3.668, liderada pelo Pr. Mauricio Mendes.
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Que testemunho forte!