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MAIS FORÇA PARA O CORAÇÃO
Pessoas que sofrem de doenças cardíacas podem e devem se exercitar, desde que estejam sob recomendação médica
Amanda Pieranti
De acordo com dados publicados pela Sociedade Brasileira de Cardiologia em 2022, o número de acometidos de doença arterial coronariana – que inclui pacientes que apresentaram infarto, angina estável e insuficiência cardíaca isquêmica – aumentou de 1,48 milhão, em 1990, para mais de 4 milhões em 2019. Nesse mesmo ano, foram atribuídas 171.246 mortes à enfermidade no Brasil, correspondendo a 12% do total de óbitos no país.
Embora os dados sejam preocupantes, exercitar-se pode ser um dos meios de proteger o coração. “Pacientes cardiopatas se beneficiam da prática regular de exercícios físicos, idealmente no contexto de um programa formal de reabilitação cardiovascular ou de exercícios supervisionados. Nesses casos, reduz-se a mortalidade, o número de hospitalizações, e há melhora da qualidade de vida desses indivíduos, observa Bruna Miliosse, cardiologista da Unidade Coronariana do Hospital Icaraí, em Niterói (RJ).
A médica também ressalta que manter sempre o corpo em movimento pode prevenir outras enfermidades como hipertensão, diabetes e obesidade. “Isso porque as atividades físicas contribuem para um melhor controle da pressão arterial, da glicose no sangue, além de ajudar na perda de gordura, ou na manutenção de peso corporal saudável, na diminuição do colesterol, entre outros. Controlando essas comorbidades, há menor risco de a pessoa desenvolver insuficiência cardíaca ou infarto do miocárdio, por exemplo”, pontua a profissional.
Dicas da especialista
Portanto, desde que receba liberação médica, quem tem problema cardíaco deve manter os exercícios em dia. “Para esses pacientes, é recomendado que a atividade física seja realizada com o auxílio de profissionais capacitados e focados na prescrição e no acompanhamento dos exercícios de modo individualizado.”
Bruna Miliosse esclarece que, para cada caso, haverá uma recomendação, pois dependerá do tipo de problema cardíaco que o indivíduo possui, de suas limitações e dos riscos. “Mas uma boa meta semanal para a promoção da saúde e a prevenção de doenças cardiovasculares é a realização de atividade física de, pelo menos, 150 minutos, de intensidade moderada ou 75 minutos, de alta intensidade.”
Ao adotar tal hábito, o paciente cardíaco tanto protegerá sua vida − diminuindo o cansaço e melhorando o condicionamento físico − quanto recuperará autonomia− inclusive em ações diárias− como pentear o cabelo e tomar banho sozinho. “Isso é uma realidade. A reabilitação cardíaca está associada a melhoras no geral. Então, de fato, uma pessoa com cardiopatia com o tempo vai se sentir mais segura e capaz de realizar o que antes não fazia por medo ou limitação da doença.”