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Exercícios não devem se restringir às horas de folga. No ambiente laboral, há uma série de atividades que contribuem para a qualidade de vida
Amanda Pieranti
Você já ouviu falar em ginástica laboral? É um programa de exercícios de curta duração realizados durante o expediente. Essa atividade vai muito além da prevenção das doenças osteomusculares. De acordo com os especialistas, essa prática incentiva a busca de um estilo de vida saudável.
“O momento em que estamos nos exercitando no trabalho é de integração, socialização e pausa para refrescar a mente. Todas essas interrupções contribuem para a promoção da saúde física, emocional e social”, afirma o professor de Educação Física, Leonardo Cardoso Regina. “Essas vantagens também são sentidas pela empresa, pois um funcionário com saúde rende mais. Além disso, haverá diminuição dos custos médicos, afastamentos e faltas.”
Benefícios
As vantagens da ginástica laboral são muitas: melhora da autoestima, da postura e da concentração, redução da fadiga e do estresse, fortalecimento muscular, ajuda na função cardiorrespiratória e no aumento da disposição, entre outros.
Segundo Leonardo Cardoso, que atua há mais de 20 anos nessa área, a frequência com que tal atividade será feita é relativa: “Quanto mais pausas a pessoa realizar ao longo da semana, mais se promove saúde. Há empresas que, por causa da cultura, logística ou do orçamento, não conseguem fazer cinco vezes na semana. O importante é ter o momento para que os colaboradores façam.”
A duração dessa atividade também é flexível. “Fisiologicamente, o ideal são dez minutos de pausas. É o tempo para conseguir realizar fisicamente os exercícios e ter os benefícios social e emocional”, ressalta o educador.
Embora a ginástica laboral seja disponibilizada aos funcionários três vezes na semana, a advogada Gabriela de Mello Alves e Salgado só consegue fazer em um dia. “Até na pandemia, eles mantiveram os exercícios de forma on-line. Gosto desse momento, pois, nessa pausa, por alguns minutos, faço alongamento e relaxamento, que são importantes para a minha rotina puxada.”
Sem contraindicação
Leonardo Cardoso, diretor-executivo da Conexão Saudável, especializada nessa prática, ressalta que, quando se fala em prevenção osteomuscular, o melhor é desenvolver exercícios conforme a função desempenhada pela pessoa. “O ideal é entender a biomecânica da atividade do funcionário – o que ele desenvolve e quais músculos esqueléticos são mais usados naquela função. Então, cria-se uma sequência de exercícios específicos para prevenir lesões musculares.”
No entanto, a ginástica laboral pode ser praticada por grupos heterogêneos, como informa Leonardo Cardoso. “Trabalha-se primeiro o corpo como um todo, com exercícios que previnem lesões, promovendo ações que estimulem o emocional e social do colaborador.”
Sem contraindicação, o programa precisa respeitar os limites de cada um, conforme ele observa: “O importante é essa conscientização. Cada um tem aptidões físicas diferentes. No caso do alongamento, tem gente que vai colocar a mão no chão com facilidade, e há os que não chegam nem perto.”