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E-commerce é a grande oportunidade para empreender sem uma loja física. Veja o passo a passo e os ramos de maior destaque para investir seu dinheiro
Amanda Pieranti
Você já comprou pela internet? Caso ainda não tenha feito isso, certamente conhece alguém que usa essa modalidade de compras regularmente. De remédio a viagens, há uma variedade de produtos e serviços a um clique do consumidor, seja por meio de sites, aplicativos móveis e plataformas on–line, que facilitam a comercialização entre compradores e vendedores. A modalidade de consumo por meio digital se popularizou e é uma oportunidade para quem quer empreender nas vendas pela rede, abrindo o próprio e-commerce.
Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm), a expectativa é de que, em 2024, o faturamento por este meio atinja R$ 205,11 bilhões, o que representa um aumento de 10.45% com relação à estimativa de 2023. Isso porque, a qualquer momento e de qualquer lugar, tem alguém fazendo compras se tiver acesso à internet.
Conforme acredita Denis Alves, CEO da PG2K e especialista em e-commerce, para estabelecer um comércio eletrônico é preciso considerar vários aspectos, desde a criação da loja virtual até a implementação de processos de pagamento e logística. Mas o primeiro passo é escolher o que irá vender. “É preciso definir um segmento de mercado específico, para poder ajudar a direcionar os esforços de marketing e atender as necessidades do público-alvo.”
De acordo com ele, os cinco melhores nichos para trabalhar atualmente são: alimentos e bebidas, moda e acessórios, saúde e beleza, produtos para pets e eletrônicos.
Passo a passo completo
A seguir, Denis Alves, que tem experiência de 22 anos no mercado, dá os próximos passos para que você tire o sonho do papel. “Ao seguir essas dicas e adaptá-las às necessidades específicas do seu negócio, você estará mais bem preparado para lançar e administrar um e-commerce de maneira eficaz”.
Tornar-se uma pessoa jurídica, dando entrada em um CNPJ;
Contratar um contabilista para definir seu regime de impostos como microempreendedor individual (MEI), microempresa (ME) ou empresa de pequeno porte (EPP), dependendo do seu faturamento estimado;
Fazer o registro da sua empresa para adquirir o Número de Identificação do Registro de Empresa (NIRE);
Obter um alvará de funcionamento;
Registrar a marca da sua empresa junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI)
O CEO da PG2K lembra que os custos iniciais para gerar um e-commerce, que envolvem os passos acima, podem variar consideravelmente. “Dependerão de vários fatores, como o tamanho do negócio, a complexidade da plataforma, o nicho de mercado etc.”
Denis Alves ressalta a importância de fazer uma análise detalhada e um planejamento financeiro para entender e estimar todas as despesas. “Lembre-se de que os custos variam com o tempo, e é fundamental manter um controle financeiro adequado para garantir o sucesso a longo prazo do seu e-commerce. Estimamos para um pequeno e-commerce algo entre R$10.000,00 e R$20.000,00 inicialmente.”
Ganhos com o comércio virtual
No e-commerce, de acordo com o especialista, uma boa margem de lucro costuma ser de 15% a 20%, mas não há uma regra para definir. “A média de conversão do e-commerce brasileiro está entre 1% e 1.5% de taxa de conversão (a cada 100 pessoas que acessam o site = 1 venda)”.
Denis Alves reitera que a rentabilidade desse tipo de negócio pode variar com base em vários fatores, incluindo o tipo de produtos ou serviços vendidos, as estratégias de precificação, a eficiência operacional, o marketing, a concorrência e outros elementos específicos.
Da área contábil para o comércio virtual
Antes de empreender, Laura Alcântara atuava como auditora contábil. Em 2020, tudo mudou em plena pandemia de Covid 19. Ela decidiu unir a paixão pela moda com a vocação por missões e, assim, nasceu a LA Fashion Bazar. “Tive esse insight de que poderia conciliar minha carreira com o chamado do Evangelho, pois eu já tinha deixado o trabalho secular para pregar como missionária. E como sempre fui apaixonada por moda, encontrei, no e-commerce, a possibilidade de trabalhar de qualquer lugar e, desse modo, ter minha fonte de renda.”
Laura usou os próprios recursos financeiros e investiu nesse projeto. No entanto, ela sabe que é preciso dar um passo de cada vez. E está aí a dica para quem pensa em se aventurar no comércio eletrônico: “O maior desafio foi o início, ou seja, a implantação. O ambiente de e–commerce tem muitos detalhes e é preciso se cercar de pessoas honestas, as quais entendam de cada etapa.”
Outro conselho dela é projetar algo de que possa dar conta. “Eu já quis entrar como uma grande empresa para o mercado me notar logo. Mas se a pessoa não tem recurso suficiente para isso, pode começar pelos marketplaces, que são mais simples”, conclui Laura.