Amanda Pieranti
No mês da campanha Novembro Azul, de conscientização do câncer de próstata, promovida pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), o Jornal Show da Fé abraça a causa e faz um apelo: está na hora de você, homem, assumir os cuidados com a sua saúde e visitar um médico!
As sociedades de urologia ao redor do mundo revelam que o câncer de próstata é o sexto tipo mais frequente e o segundo mais mortal entre homens. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), são esperados 65.840 novos casos no país em 2021. Porém, muitos não foram sequer diagnosticados. Por mês, no Brasil, são esperadas 1.332 mortes, segundo a SBU.
Dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), desenvolvido pelo Ministério da Saúde, mostram que os óbitos, em decorrência do câncer de próstata, aumentaram cerca de 10% em cinco anos, subindo de 14.542, em 2015, para 16.033 em 2019.
Os quase dois anos de pandemia de covid-19 impactaram o autocuidado. Dados do mesmo Ministério revelam: houve uma redução de 21,5% das cirurgias para retirada da próstata acometida pelo câncer, em comparação entre 2019 e 2020. O número de consultas urológicas no Sistema Único de Saúde (SUS) também caiu 33,5%. E as internações de pacientes com o diagnóstico dessa enfermidade teve queda de 15,7%.
As consultas com um urologista, em 2021, continuam baixas. Até julho, foram realizadas 1.812.982. Em 2019, foram 4.232.293 e, em 2020, o registro foi de 2.816.326.
NÚMEROS BAIXOS PREOCUPAM
De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, Antonio Carlos Pompeo, a queda nessa estatística é preocupante. “É fundamental que os homens tenham acesso à informação, às consultas de rotina e ao diagnóstico. Essa fuga do consultório médico vai causar uma descoberta da doença mais tardiamente, em longo prazo”, alerta.
Um estudo da SBU identificou que 51% dos homens nunca consultou um especialista nessa área. O secretário-geral da SBU e urologista, Alfredo Canalini, afirma que, com as campanhas anuais, esse percentual vem diminuindo.
“Porém, os homens tendem a dar menos atenção aos exames que as mulheres. É uma questão cultural e de falta de hábito. No universo feminino, já se criou uma rotina de avaliação com o ginecologista, iniciada na puberdade, quando as mães levam as filhas ao médico. Em relação aos meninos, não existe isso, e sim um mito masculino sobre esse assunto. O melhor a fazer é procurar o especialista para um diagnóstico precoce”.
A família tem um papel importante na conscientização e prevenção de doenças envolvendo o universo masculino. “Os homens vão mais ao médico quando incentivados ou acompanhados pela esposa. No início dessas campanhas, a gente via as mulheres fazendo questão até de entrar na consulta para ver se eles falariam tudo”, observa o urologista.
Chance de 90%
A próstata se localiza abaixo da bexiga e, por dentro dela, passa o canal da uretra, de onde a urina vai para o meio externo. O câncer de próstata, em fases iniciais, tem 90% de probabilidade de cura e não apresenta sintomas. Diante disso, a Sociedade Brasileira de Urologia ressalta a necessidade de verificação da saúde dessa glândula, mesmo na ausência de dor.
“É a melhor fase para o diagnóstico, porque ainda é possível retirar o tumor e obter a cura submetendo-se à cirurgia”, diz Alfredo Canalini. No entanto, ao apresentar sintomas, o câncer já está mais avançado – pode causar dor lombar, vontade de urinar com frequência e presença de sangue na urina ou no sêmen. “A chance de ele estar disseminado pelo organismo é de 95%”, destaca o urologista.
Quando fazer o exame?
O tumor na próstata pode ser identificado com a combinação de dois exames: dosagem de PSA – exame de sangue que avalia a quantidade do antígeno prostático específico – e toque retal – quando o médico apalpa a próstata e percebe se há nódulos ou tecidos endurecidos.
De acordo com Alfredo Canalini, o exame de próstata, embora desconfortável, é rápido: demora menos de 30 segundos. “O preconceito do homem com relação ao toque retal vem diminuindo. As gerações mais antigas, ou quem ainda desconhece as informações, têm maior relutância. Contudo, graças às campanhas de saúde, isso tem sido revertido.”
Os especialistas recomendam que, mesmo sem sintomas, os homens acima de 50 anos procurem um urologista.
“Antes dessa idade, dificilmente você terá um câncer de próstata mais agressivo. A prevenção, uma vez a cada ano, é suficiente, mas claro que depende da avaliação do seu médico”, observa. Quem integrar o grupo de risco [veja abaixo a listagem desse grupo] deve fazer avaliação mais precocemente: a partir dos 45 anos.
Profissionais de saúde ajudarão a identificar a doença
A Sociedade Brasileira de Urologia e o Ministério da Saúde assinaram um acordo de cooperação técnica, cujo principal objetivo é o desenvolvimento de ações em conjunto, para orientar sobre câncer de pênis, testículo, próstata e bexiga, hiperplasia benigna da próstata, fimose, queixas urinárias, disfunção erétil, vasectomia, entre outros. A SBU tem treinado profissionais da Atenção Primária de Saúde na identificação de casos que devam ser encaminhados ao especialista.
Lives – recursos para a conscientização
A fim de estabelecer um diálogo com a comunidade e chamar atenção para o problema, a SBU preparou ações on-line e presenciais para este mês de novembro.
Com o slogan “Saúde também é papo de homem”, a SBU tem uma programação especial em suas redes sociais (@portaldaurologia), por meio de lives, às quartas-feiras, com especialistas, posts e vídeos esclarecendo dúvidas, além de podcasts semanais na Rádio SBU, disponível em todas as plataformas de streaming.
Assim como acontece anualmente, diversos monumentos serão iluminados de azul, tais como, a Ponte Estaiada e o Viaduto do Chá, em São Paulo.
Veja se você está no grupo de risco, segundo a SBU
– Histórico familiar de câncer de próstata em pai, irmão, avô ou tio.
– Homens negros.
– Obesidade mórbida.
– Alimentação com excesso de gordura animal.
Como se prevenir
– Praticar atividades físicas regularmente.
– Controlar o peso.
– Manter uma dieta saudável e evitar o consumo de gordura animal.
“Nem precisei ser operado”
Ao fazer um PSA, Antônio Pires de Assis descobriu um câncer na próstata. “De repente, comecei a urinar sangue. Mediante aquele quadro, procurei o médico e refiz os exames. A descoberta foi uma surpresa. Recebi a orientação de recorrer à cirurgia de emergência.”
Naquele momento, ele, que estava afastado da presença do Senhor, buscou a Deus na Igreja Internacional da Graça de Deus em Carmo, na Cidade de Curitiba (PR), hoje liderada pelo Pr. Rafael Heckler.
“Quando a gente se distancia do Pai, o diabo tenta nos destruir. Percebi que precisava voltar urgentemente aos caminhos do Senhor. Na ocasião, fui até a Igreja, e o pastor me perguntou se eu tinha fé para ser curado. Eu disse sim. Oramos juntos, e saí confiante. Graças a Deus, recebi meu milagre e nem precisei ser operado. Já se passaram quatro anos, e estou saudável.”