Claudia Santos
A falta de convívio com a figura paterna na infância fez Betina Correia da Silva se tornar uma adolescente amargurada e revoltada com a mãe, Elisabeth de Oliveira Fontoura. “Sempre a culpava por ele não me procurar e a agredia com palavras. Ela me dava carinho e atenção, mas isso não supria a ausência dele”, revela Betina.
De acordo com Elisabeth, Betina é fruto de um rápido namoro. “Apesar das tentativas de aproximar pai e filha, ele não queria assumi-la nem procurá-la. Por causa disso, ela sentia raiva de mim e sofria demais”, conta Elisabeth, que criou a menina morando de favor na casa da mãe e trabalhando como doméstica.
Apesar de nada lhe faltar, aos 12 anos, Betina resolveu trabalhar como babá, sem que Elisabeth conseguisse impedi-la. A garota conciliava serviço e estudos, e o salário lhe dava liberdade de ir a festas com os amigos. “Mamãe não deixava, mas eu saía escondido. Não gostava de ficar em casa. Precisava me distrair, pois sentia tristeza e um vazio no coração. Nessa época, comecei a beber e fumar.”
Pensava em se matar
Uma das poucas vezes em que Betina viu o pai foi na sua festa de 15 anos, quando ele apareceu de surpresa. “Dancei valsa com ele, mas nada significou para mim, pois aquele homem não participava da minha vida. Nunca me procurava, nem no Dia dos Pais, quando eu sentia ainda mais a falta dele. Fiquei mais revoltada e triste.”
O tempo passava, e os problemas emocionais da jovem só aumentavam. “Vivia, amargurada. Às vezes, até pensava em me matar por não ter sido planejada. Também usava roupas pretas e ouvia música bem alto deitada no chão, só para mostrar minha revolta e irritar a mamãe. Era algo maligno, pois ela me dava amor, fazia tudo para me ver feliz, mas eu estava sempre lhe causando algum sofrimento.”
Flecha no coração
Em 2001, Elisabeth conheceu Jesus por meio do programa de TV do Missionário R. R. Soares. Então, resolveu participar dos cultos na Igreja Internacional da Graça de Deus, em busca da solução para suas questões familiares, como fazem centenas de pessoas. “Eu levava a roupa e a foto dela para ungir com óleo consagrado durante as reuniões. Também determinava o fim daquele mal. Então, Jesus acabou com a revolta dela contra mim, e passamos a nos entender”, lembra-se a mãe.
Além disso, Betina parou de beber e fumar. Um dia, a mãe a convidou para uma reunião na IIGD, durante a qual seria servida a Santa Ceia. “Ela me falou sobre a importância dessa cerimônia. Explicou que, se a pessoa não bebe do sangue nem come do corpo de Cristo, não tem parte com Ele.”
As palavras mexeram com a moça, na época com 18 anos. “Elas foram como uma flecha no meu coração. Na hora, senti vontade de conhecer o amor de Deus e fui sozinha ao culto. Um dos louvores me tocou demais. A letra dizia que Deus queria enxugar nosso pranto. Naquele dia, aceitei Cristo como meu Salvador e, em pouco tempo, tornei-me membro da casa de Deus.”
Família não é um projeto falido
Com Jesus, a jovem conheceu a paz e o amor que só Cristo pode dar. O vazio no coração dela foi preenchido, e a mágoa que sentia do pai acabou. Betina lhe perdoou antes de ele falecer, há dez anos. “O Senhor me mostrou que a família não é um projeto falido como eu pensava”, diz ela, casada com o Pr. Adriano Correia da Silva, líder da Igreja da Graça em São Lourenço do Sul (RS).
Os dois se conheceram quando estudavam na Academia Teológica da Graça de Deus, e, após um ano de casados, nasceu Marcos Adriano. “Nosso menino tem dez anos, e somos muito felizes. Agradeço ao Senhor e à minha mãe, que lutou em oração por mim. Hoje, eu e meu marido também intercedemos pelas famílias que nos procuram com algum problema”, completa Betina.
Ela é líder do ministério Mulheres que Vencem da IIGD de São Lourenço do Sul e vice-líder de comunicação estadual do grupo da IIGD no Rio Grande do Sul. Além disso, tornou-se uma grande amiga da mãe. “Deus transformou a minha querida Betina. Ela tem um coração lindo, é maravilhosa, e eu a amo muito”, finaliza Elisabeth.
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Jesus mudou minha história, a Ele a Glória e Honra ❤️