Amanda Pieranti
Feridas e inchaço repentinos nas pernas levaram a família de Raquel Luzia da Silva, de 24 anos, a investigar o que acontecia com ela. Depois de várias suspeitas, os médicos chegaram ao preocupante diagnóstico: lúpus eritematoso sistêmico. E a situação da jovem só foi piorando.
A doença afetou o sistema imunológico de Raquel tomando grandes proporções, e ela teve infecção generalizada. “Foram dois meses em coma induzido, e, quando a visitávamos, minha filha estava sempre pior, parecendo morta”, lembra-se o pai, Luiz Pereira.
Sebastiana Luzia da Silva, mãe da moça, relata um dos momentos mais delicados desse período: “Um dia, a médica me falou: ‘A Raquel morreu por 15 minutos’, durante uma parada cardiorrespiratória revertida pela equipe do hospital.” Diante da gravidade do quadro de saúde da jovem, as expectativas dos especialistas eram desanimadoras. “Eles não sabiam quanto tempo ela ficaria sedada, muito menos se voltaria à vida. E, se retornasse, poderia até ficar em estado vegetativo”, relata Luiz. “Eles falavam que gostariam de nos trazer boas notícias, mas, infelizmente, não davam nenhuma esperança com relação ao estado da Raquel. Diziam que ela permanecia na fila da morte diariamente”, acrescenta Sebastiana.
Prognósticos ruins, fé em alta
O cenário era desanimador, mas Deus sempre apresentava para Sebastiana um futuro com Raquel saudável, pronta para cuidar da filha Manuela, de apenas quatro anos na ocasião. “No começo, eu não sabia orar, mas, ao mesmo tempo, sentia Deus me pegando no colo e fortalecendo. Do ponto de vista humano, eu deveria até desistir, porém o Senhor começou a me orientar. Quando eu estava desesperada em oração e visualizava minha filha morta, Ele mandava que eu a enxergasse viva e me lembrava de que tudo é possível ao que crê [Marcos, capítulo 9, versículo 23]. Foram meses de luta, contudo eu tinha certeza de que o Senhor a traria de volta para mim.”
A família também encontrou apoio no Show da Fé. “Eu não perdia uma oração do Missionário. Consagrava o copo com água durante o programa e ungia a Raquel. Como ela não podia usar nada, quando a visitava, embebia o algodão naquele líquido e molhava a boca e os olhos dela. Também ungia os aparelhos do CTI.”
A pequena Manuela também convocava todos a clamarem pela mãe: “Ela contava a história na escola e pedia oração. Na Igreja Internacional da Graça de Deus em São Gonçalo – RJ (Rua Dr. Nilo Peçanha, 44 – Centro – SG), a menina fazia o mesmo com o Pr. Célio Ismael. Era impressionante. Às vezes, eu chorava, e ela me consolava, lembrando-me que éramos fortes e Deus traria Raquel de volta para nós. Manu me ajudou muito. Ela passou pelo deserto comigo, certa de que daríamos A volta da vitória.”
Ela só mexia os olhos
Apesar das lutas, o milagre aconteceu. Os médicos diminuíram a sedação, e Raquel recobrou a consciência, ficando mais um mês internada na enfermaria até receber alta. A jovem percebeu o zelo do Senhor o tempo todo: “Eu me lembro de nunca ter sentido dor. Deus cuidou de mim. Quando acordei do coma, não conseguia falar e só mexia os olhos. Porém, nunca perdi as esperanças, pois, desde a infância, ouvia minha mãe dizer: ‘Deus é fiel!’. Eu olhava para o teto me lembrando disso, crendo que tudo ficaria bem.”
Raquel saiu transformada da internação, inclusive na aparência. A imagem anterior, refletida no espelho, era cheia de feridas e sem cabelo: “Sempre fui vaidosa, mas não me abati. Sabia que aquilo tudo passaria. A prova disso é que eu só tirava foto sorrindo. Acreditava que meu cabelo cresceria nas áreas onde havia falhas e declarava: Tudo passa, menos o amor do Pai!”, recorda-se.
Ainda no hospital, Raquel acalentava seus sonhos: “Meus planos eram passear com a minha filha, de mãos dadas, e correr com ela. Hoje, quando saímos juntas, estou realizando esse desejo.” Ao lado da família, a jovem é uma prova incontestável das maravilhas que o Senhor realiza: “Minha filha está aqui, porque Deus a trouxe de volta”, testifica a mãe.
Médica atesta o milagre da vida
“Tudo nessa menina é peculiar e especial. O estado de saúde dela foi se agravando de forma abrupta. Todas as complicações, ainda que raras, descritas nos procedimentos aos quais ela precisava ser submetida, ocorriam com ela. Para exemplificar, quando ela foi entubada, a situação se mostrou dificílima. A entubação orotraqueal é um procedimento relativamente simples e comum no ambiente do CTI, e os casos realmente difíceis são raros. A da Raquel foi extremamente complicada, realizada pelo médico mais experiente do hospital. Durante a entubação, ela ainda fez uma parada cardiorrespiratória, ou seja, ficou praticamente morta, com circulação e respiração artificiais (reanimação cardiopulmonar) durante 15 minutos. Depois de revertida a parada, houve uma série de problemas nos órgãos: os rins pararam de funcionar, e a Raquel precisou de hemodiálise. A infecção só avançava. Houve um momento em que ela estava em coma induzido, respirando com o auxílio de uma máquina, com a pressão muito baixa, minimamente mantida às custas de medicação. Várias vezes, chegamos a pensar que a perderíamos. Lembro-me do dia em que eu disse à mãe da Raquel: ‘A nós, profissionais de saúde, cabe muito estudo e muita dedicação, mas também bastante humildade e entendimento de que devemos ser um instrumento de Deus na vida das pessoas. Estamos fazendo o nosso melhor e oferecendo todos os recursos médicos disponíveis, mas precisamos que a família entenda que, mesmo assim, a sua filha vem piorando!’. E a D. Sebastiana respondeu: ‘Estamos em oração. Deus vai iluminar a equipe e operar um milagre.’ De forma surpreendente, Raquel começou a melhorar. Saiu do coma, e a infecção cessou. Ela começou a respirar sozinha e voltou a urinar. Acordou lúcida após uma parada de 15 minutos. Com trabalho árduo de reabilitação e força de vontade, ela voltou para casa e está bem”.
Dra. Regina Santiago – intensivista (especialista em Terapia Intensiva – CTI adulto)
9 Comments
Você é um milagre ❤️
Amo a sua vida
Essa história é linda demais.
O poder de Deus não tem limites
Sou cunhada dela Josiane Quintanilha Silva.
Presenciei toda sua luta. Uma família de oração.
A minha sobrinha Manuela( filha dela) orou muito pela sua mãe.
Só temos que agradecer a Deus por tudo.
Você venceu minha amada e tão querida por todos nós.
Te amamos infinitamente.
Glória a Deus! Histórias lindas como a de Raquel temos a felicidade de poder contar e dividir com os leitores do jornal Show da Fé.
Deus realmente é o mesmo!! Ele cuidou de mim e continua sendo fiel!
Raquel, obrigada pela confiança de testemunhar esse milagre para mim. Foi muito bom poder fazer essa matéria que leva esperança a quem sofre por alguma doença. Deus é bom e tem o poder de nos curar! Deus a abençoe!
Eu conheço a Raquel, trabalhávamos juntas, ela é um milagre de Deus, com toda certeza do mundo. Deus é bom a toda hora!
Maravilha de Deus, o que aconteceu na vida dessa família, a Raquel é de nossa igreja, e temos acompanhado esse milagre e Glorificado a Deus!!!
Que testemunho!! Deus transforma vidas.
Sim, Ele transforma. Ele dá fôlego de vida! Ele ressuscita! Esse testemunho nos marcou muito também!