Empresas investem em funcionários com conhecimentos e visão empreendedora. Vale a pena se atualizar e encarar a disputa por uma oportunidade
Amanda Pieranti
Quer entrar no mercado de trabalho, recolocar-se profissionalmente ou mudar de emprego? Então, pense, primeiro, em qualificação e atualização, para a concorrência ser mais tranquila. Atualmente, há muitos cursos gratuitos disponíveis, presenciais ou on-line. Eles podem ajudá-lo a se destacar.
O Jornal Show da Fé conversou com Kelly Lopes, especialista em Gestão Empresarial e em Recursos Humanos Estratégicos. “Devemos estar prontos para as oportunidades. E muitas pessoas deixaram de se qualificar ao longo da vida. Busque uma graduação. Se já tiver, faça cursos de capacitação. Não é somente uma pós-graduação ou faculdade que vai lhe dar conhecimentos específicos.”
Superintendente do Instituto da Oportunidade Social (IOS), Lopes ensina que é primordial se manter empregável. “A qualificação deve ser constante. Não dá para pensar em uma situação confortável de emprego. O mundo mudou, e isso ficou evidente na pandemia. A pessoa precisa estar sempre estudando.”
Nestes quase dois anos em que várias empresas operam com home office, Lopes percebeu que, nas vagas criadas para a modalidade remota, a prioridade foi para quem tinha experiência profissional. “Os contratantes perguntavam: ‘Se a pessoa nunca trabalhou, como vou lhe dar um notebook para desenvolver algo em casa? Ela vai ter responsabilidade e cumprir o horário? E se contaminar o computador com vírus?’. Assim, a escolha é pelos experientes.”
A capacitação vai além do nível técnico: “As empresas querem um funcionário com autonomia. É o senso de empreendedor. Busque também capacitações comportamentais. Afinal, o profissional é um conjunto de conhecimentos. Tenha em mente a frase: As empresas contratam pelo conhecimento técnico e demitem pela falta de habilidades comportamentais.”
Quem está melhor preparado sai na frente
A vantagem do candidato capacitado com relação ao concorrente desatualizado é notória durante a seleção, como frisa Kelly Lopes: “Principalmente considerando-se que os atuais processos seletivos são realizados pelas plataformas digitais. O site de empregos, ou a própria empresa, recebe milhares de currículos, e a primeira triagem é feita via inteligência artificial, ou seja, um software busca pelas palavras-chaves o tipo de profissional desejado. Então, é importante o candidato ter, na sua apresentação, dados sobre graduação, experiência profissional ou conhecimentos específicos. São esses campos que o programa de computador vai buscar na etapa eliminatória.”
Quem está capacitado também é mais competitivo no aspecto financeiro: “A pessoa é valorizada quando mostra vivência. Não adianta só fazer cursos. É preciso colocar em prática o aprendizado e envolver a equipe. O currículo abre portas, mas o seu conhecimento de mundo o manterá na vaga, proporcionando crescimento e aumento salarial.”