Documento bem elaborado pode ser um diferencial na disputa de uma vaga de trabalho
Amanda Pieranti
Começo de ano é hora de renovar os esforços para conseguir aquela recolocação profissional almejada, o emprego dos sonhos ou mesmo o primeiro emprego. Para você que está em alguma dessas situações, uma dica: ter um bom currículo, capaz de chamar a atenção dos recrutadores, é um diferencial diante da concorrência.
“Se for bem elaborado e possuir informações verdadeiras e consistentes, ele tende a possibilitar mais chances de participação em entrevistas”, observa Eliana Motta, consultora de Recursos Humanos (RH).
Com esse documento em mãos, o contratante tem a oportunidade de conhecer o candidato. “É uma ferramenta de comunicação. Então, deve transmitir quem você é, suas competências técnicas e comportamentais, suas conquistas e, principalmente, seus resultados.”
De posse do currículo, o recrutador dará os próximos passos no processo seletivo. “Ele considerará tais informações, podendo averiguar a veracidade delas a partir do resultado cruzado de diferentes testes e referências, e ainda fará uma avaliação de valores do profissional, considerando a cultura organizacional e a posição a ser preenchida.”
Como aperfeiçoar as informações
Se você já tem experiência na área desejada, Eliana Motta ensina como melhorar seu currículo. “As pessoas o utilizam para enumerar as responsabilidades em determinado emprego, quando isso é uma descrição de cargo. Então, ele deve conter os resultados qualitativos e quantitativos, obtidos com suas atividades em certa função.”
A especialista exemplifica: “A descrição de cargo de dois engenheiros em uma mesma colocação e empresa pode ser igual, mas os seus currículos serão sempre diferentes, porque cada um executou suas atividades de uma forma e obteve um resultado diferente. Portanto, sugiro: ao elaborá-lo, o profissional deve se perguntar, em cada função exercida, o que construiu naquela posição. Desse modo, o currículo deve conter a trajetória profissional ao longo do tempo com os respectivos resultados.”
Relacione as competências comportamentais
A quem não tem experiência, a gestora de RH lembra de relacionar as competências comportamentais ao elaborar o documento. “Algumas são fundamentais e difíceis de serem encontradas, como: criatividade, dinamismo, flexibilidade, adaptabilidade, autonomia, protagonismo etc.”
De acordo com ela, os negócios, para sobreviverem, precisam valorizar, e muito, esse aspecto, além da capacitação técnica – conhecimento – inquestionável. “Assim, minha sugestão, para o profissional recém-formado e com pouca experiência, é passar pelo processo de autoconhecimento, no qual veja todas as suas potencialidades comportamentais e foque mais nelas, além de mencionar sua formação em andamento e suas atividades – até mesmo de lazer. Tudo isso vai mostrar muito das aptidões possivelmente desenvolvidas.”
Elaine Motta esclarece: “Atitudes e comportamentos não precisam de emprego para serem desenvolvidos, e sim de experiência de vida. Alguém que tenha cuidado dos avós na adolescência seguramente desenvolveu inúmeras habilidades necessárias para vários segmentos do mercado, por exemplo. A carreira é uma construção ao longo da nossa trajetória.”
Na mão certa
Primeira etapa cumprida: currículo bem elaborado. Agora, a quem devo enviá-lo? A consultora em RH tem a resposta. “Muitos mandam para todos os setores de Recursos Humanos de quaisquer segmentos. Entretanto, esse ato gera frustração, porque o retorno é incerto. Sendo assim, antes de enviar currículos, devemos fazer uma pesquisa de mercado para saber que empresas precisam de pessoas como nós.”
Feito isso, distribua o documento pela internet. “É mais prático e rápido, e, diante dele, o candidato pode ser chamado para conversar. Ir direto ao local é, muito provavelmente, uma perda de tempo, porque, com o mundo corrido, há grande chance de não ser recebido pelo recrutador”, conclui.