Amanda Pieranti
Luiz Roberto de França cresceu nutrindo o desejo de servir à Marinha, seguindo os passos do pai, ex-militar das Forças Armadas. Aos 18 anos, Luiz se alistou e, passado o ano de serviço obrigatório, decidiu seguir carreira. No entanto, uma decisão errada arruinou seus planos.
“Agi como o filho pródigo. Deus me deu as coisas, mas eu quis conhecer o mundo e me afastei do Senhor. Achava impossível alguém tirar minhas conquistas. Porém, sofri um acidente no quartel, aos 19 anos, e passei a ter convulsões como sequela”.
A partir dessa situação, ele atravessou um deserto, que durou 17 anos. “A Marinha não reconheceu o fato como acidente de trabalho. Sofri restrições lá dentro e não pude seguir carreira. Para piorar, fui expulso da corporação”.
Luiz ficou decepcionado: “O mundo acabou para mim. Saí sem direito a nada, e ficou difícil até para arrumar emprego. Doente, a situação piorou. Eu me revoltei com Deus, passei a beber e me entreguei à depressão. Só chorava”.
Sem recursos, o ex-militar foi ao fundo do poço. “Cheguei a morar na casa dos outros e recebia ajuda para minha alimentação e sobrevivência. Durante anos, vivi de biscates. Fazia faxina, pintava muros e trabalhava como garçom e vigilante”. Após um tempo, ele foi aprovado em um concurso público. “Mas ganhava pouco e, juntando o salário do emprego formal e o dos trabalhos por fora, mal dava para comer”.
Correu atrás do prejuízo
Luiz decidiu recorrer à Justiça para reivindicar seus direitos. “Perdi a ação em todas as instâncias. Escutei de outros advogados que ninguém conseguia modificar a sentença de um juiz federal. No entanto, por último, o Senhor colocou no meu caminho uma advogada disposta a me ajudar”.
Ele retornou ao Evangelho, ao lado da esposa, reconhecendo Deus como o Único capaz de lhe dar a vitória. “Fui à Igreja da Graça e me prostrei diante do Senhor, pedindo perdão pelo meu afastamento. Ali, comecei a me alimentar da Palavra”.
Determinou o próprio salário
Na Igreja, o ex-militar participou de uma campanha e determinou quanto gostaria de ganhar mensalmente, estipulando uma oferta a Deus superior ao salário dele na época. “Todo mês, eu juntava um pouco, até ter o valor total”.
As bênçãos não pararam de chegar: “Cristo reverteu o quadro. Após 17 anos da expulsão, a Marinha foi obrigada a aceitar minha reintegração, a me reformar e pagar todos os atrasados, com juros e correção monetária. Ainda tive duas promoções. Era soldado e fui aposentado como terceiro sargento”.
Atualmente, ele está curado das convulsões e é um homem honrado pelo Altíssimo. “Pela misericórdia do Pai, tenho três aposentadorias. O diabo roubou tudo lá atrás, mas o Senhor me restituiu”.
Ao lado da família, Luiz desfruta de condição financeira confortável. “Comprei uma casa e um apartamento, ambos na beira da praia, com piscina. Cheguei à Igreja em uma bicicleta, agora tenho dois carros e moto. Minha caminhada no deserto durou 17 anos, mas Deus é extraordinário e me deu muito mais do que pedi”.